Ao Vivo e a Cores

Rubras amoras quando alma desnuda
Verde limão quanto azedo desencanto
Celeste azul onde se instalam as ilusões
Marrom barro - a porta - ponta que aponta
A clarividência murmurante da realidade
Cinza dia nublado e sem sal
Que comunga na dor
O acabado sem nascedouro
Violeta transcendente
Carrega-me à bandeira do espírito
Preto - soma e ausência
Meu coração à revelia de mim
Amarelo sol - palidez
É simultaneamente brilho e a falta dele
Na dualidade posta eis que chega
O verde esperança do poeta
Que faz da vida um arco-íris
Brinca com as palavras
Adentrando corações sensíveis
Porquanto desatentos
Traz na cesta de quimeras
Lírios e lótus
Orquídeas e rosas
Margaridas e todas as flores do campo
Brancas como a paz que outrora senti
E já não me lembro
O rosto fotográfico
Diferente do sonhado
Imaginário – sentido - percebido
Fez-me acordar
Aos olhos da Luz
Que seduz posto que é santa
E ecoa na alma como um mantra
A simbiose que acalanta já não sustenta
Mas a legitimação à própria vida
Em qualquer cor,  tempo ou espaço
É a liberdade de amar
Amparada pela metáfora e pela analogia
Do enigma que se derrama em poesia.




Márcia Beatriz Prema
Enviado por Márcia Beatriz Prema em 13/10/2006
Reeditado em 13/10/2006
Código do texto: T263750
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