Teoria de Darwin
Teoria de Darwin
A gente nasce uma folha de papel em branco
É quase assim sim; sim Senhor
Vai e seguindo amiúde no tranco
E de um toque único a gente já é um caderno de arame
E o trem do tempo!
O grafite
A rabiscar as folhas com letras de forma e minúsculas
E a artrite
Estão em seus devidos lugares e andares
E lá mais adiante
O arame ralo no talo das folhas escritas oxidando
São as passagens poluindo-se, as pastagens rareando
O mais perto ainda que seja é infinito
Os negritos do lápis a nublar, a ruir
Os dissabores rabiscam em zig zag com tinta forte morte de caneta,
Tudo está meio perneta
Obscuros rascunhos imundos oriundos da sarjeta
Não há porque implorar gorjetas
A vida vai e vai
Em osteoporoses
O caderno virou rascunhos
Os rascunhos estão se esvaindo
O velho caderno já está no lixão
Os vermes já se alimentam
Já se locupletam
E tudo vira adubo
E fim.
A Domingos
‘03jan2011
00:40h