A Termogênese Literária de Te Amar

Não havia o que haver:

Nem sujeitos im-pessoais, temporais, in-determinados ou sub-entendidos fonogramaticamente,

Nem verbos defectivos inexistentes anomalamente;

Tão pouco pedras anaforizadas no meio de caminhos metonímicos;

A metricidade rítmica dos poemas

Naqueles versos cruzados, emparelhados, interpolados, misturados

Nesta colisão de vícios germinativos.

Cantando o ódio platônico do amor trovadorescamente,

Enquanto corvos com cascas de paráfrases nos bicos

Levavam paralelismos conotativos na masmorra adjetivada

Onde Deus hiberna ao lado de Cronos.

As epopéias lusitanas que navegavam do Racionalismo aos cais mitológicos...

Vede as elegias da Dor nas mãos dos sonetistas decassílabos que exalam erudicção,

Neste des-concerto harmônico do Mundo.

Onde estão os patrícios nacional-socialistas,

Filhos bastardos da Luxúria Iluminista?

Não se pode viver consigo mesmo,

E nem fugir de si próprio?

Meus Humanistas andróginos em seus divãs freudianos de sentimentalóides

Prozaquianos de olhos nostálgicos e almas moribundas:

Amor é paradoxismo lingüístico, somático, e psíquico?

Amor é a pedra angular corrosiva do reino Bipolar de Cristo?

Amor é o nada panteísta que está e é Tudo?

Amor é qualquer coisificação caracterizável e definível?

Neste cálice de Vinho maniqueísta e dualístico

Das transitividades sub-juntivas do Tédio, da Melancolia, e do Des-espero

Os quais exorbitam a cada gole dado até tocar os abismos da alma

Esse insurgente “Mal du Siècle” metastático.

Marinheiros de novos oceanos; venham comigo!

Defequem nas sepulturas de Platão, Heródoto, Jeová, Napoleão,

E em todos os altares ainda em pé.

O cutelo do Caos dilacera e esquarteja a Anarquia e seus fantoches.

Exurge, quare obdormis, Domine?

Luz e Sombras copulam freneticamente na capela arcadista do Pranto Indolor.

O Lume atordoado de teus lábios ígneos Izzi,

Que afaga as profundezas trêmulas de minha alma fene-cida,

E tuas castas mãos volvem com alento sublime

O coração bucólico de meu ser pusilânime e navalhado.

Toda subjetivação idealizada de minhas projeções emotivas

Por te amar é infinita minha Deusa,

Enquanto a Morte harpeava e gorjeava odes pictóricas

Em meu âmago lívido, onde os eflúvios cálidos de teus sentimentos

Anelantes fulguram nas cordilheiras labirínticas do Ser inefável

que penso que sou.

Há tantos defuntos-autores de consagrados estercos utilitaristas, progressistas e pragmáticos,

Endurecedores de mentes, pai de homicidas e genocídios anistiados e lucrativos,

Transmitindo o colossal legado da própria miserabilidade à sua descendência olvidada.

El-Elión Malki-Tsedec?

Entre Broqueis de Faróis oscilantes dos dilúvios da angústia,

Na objetividade dos Sapos bandeirantes pulando as emoções estéticas e gregas,

Prosseguia as Dolências sinestesiando réquiens parnasianos em turíbulos,

Na fecundação da Antítese do Novo com o Obsoleto,

E descia pelo redemoinho da privada as cruzes oníricas da Decadência Pós-Modernista:

Futurismo, Expressionismo, Dadaísmo, Cubismo, e Surrealismo

Evadiram-se para o leite-materno da Morte nas mesas de cada lar,

E tudo continua tão vil, sujo, parasita, reles,

Submisso, infame, patriótico, artístico, e religiosamente mendaz;

Tão absurdamente ridículo nessa dramaturgia Apolo-Dionisíaca

De con-figurações e re-presentações essencialmente estúpidas;

E viu Deus que Tudo o que tinha criado era Bom,

Todavia Diógenes, com sua lanterna translúcida,

Esbordoou-o na face três vezes com o cajado de Moisés antes que o galo cantasse,

E amargamente chorou Deus a sua própria sempiterna autonegação.

Essas Essencialidades tão acessórias e integrantes;

Essas Essencialidades tão divinas, filosóficas e facilmente substituíveis;

Essas Essencialidades tão ocas e suturadas com jargões re-vestidos com polidez.

Tudo cheira a b-anal-idades Reles-giosas, Governadementais, e Cotidiotizadas.

As cinzas fé-tidas das Vertigens neologísticas anagramatizadas joyceamente.

Entendes indubitavelmente o sub-entendido? O Oculto expressa a máscara do Implícito?

As almas hirtas e des-membradas de Ismália e Plath torturavam as retinas proselitistas de Deus.

Cinja-me, clamo-te minha Rainha,

Com o Teu Coração precioso que transborda a sacralidade de teu amor luzidio,

Teu Ser minha Izzi ultrapassa toda poetização e exegeses;

Teu Amor é a Força inerentemente inebriante e imarcescível de minha Existência.

Há em cada Bosque hermético de minha alma

Um santuário intrínseco a ti minha Deusa e minha Rainha.

Gilliard Alves Rodrigues

Gilliard Alves
Enviado por Gilliard Alves em 04/01/2011
Reeditado em 06/06/2011
Código do texto: T2709377
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