Corrompido

"Quando o bom poeta

perde a poesia

é porque por motivo algum

se corrompeu...

E o seu espírito em jejum

aos males se rendeu...

E a cura para

poeta corrompido?

Um pôr-do-sol,

um amanhecer,

um ressurgir

das cinzas da madrugada.

Porém, é só o entardecer

que cura uma alma cansada...

E os olhos d'alma voltam

para os olhos do bom poeta,

junto das rimas bem feitas,

palavras perfeitas,

é a hora certa!

E assim ele vê

mais longe e melhor.

Corrompe-se novamente,

mas levado pela

inspiração demente.

Cura-se, mistura-se,

cria e ama...

Inflama poesia em suas veias.

Rompem-se as cordilheiras

do crepúsculo ganancioso...

Agora, seu dom é

coração rochoso...

O poeta é como

o arvoredo viçoso,

que regado com amor

vira um pé garboso...

E seus galhos são fortes,

as raízes bem fixadas

para não se desprenderem

das terras bem tratadas...

É assim seu dom...

jamais perdê-lo-ia

se o fixasse em terras boas

e o plantasse verbalmente

no coração das pessoas..."

Andrea Sá
Enviado por Andrea Sá em 27/10/2006
Código do texto: T275194