Paraíso? Para tu, não para mim

Na janela, em atentas olhadas, ela me viu.

E eu, que triste destino, morri, nada pude fazer.

Quem veio me buscar? Porque não se apresentou?

Queria, na noite, ver nos olhos do meu algoz, o amor,

Que atrás deixado, já não mais amava a mim.

E foi em um tempo, em que não mais te percebi,

Em que deixei de te amar também, irmão.

De egoísta a solitário, e o tempo, companheiro,

Pouco pôde me ajudar, apenas ela agora,

Com olhar penetrante, triste e soberano,

Vem para alentar-me e por fim me dá o merecido.

Que venham as intermináveis noites quentes,

As mereço, e quem comigo se importar, não o faça,

Isso por de mais me magoa, quero agora apenas,

Com eterna complacência, minha conta pagar.