MATASTE?

Mataste em mim a que fui

Mataste

Do meu coração toda ilusão tiraste

Culpo-o?

Não

Eu é que me culpei por anos e anos...

Eu permiti que invadisse o mais recôndito de mim

E me mataste assim

Mas não morri

Possível não morrer de todo?

O fato é que não morri

Sobrevivi

Os cacos de mim recolhi

Precisava refazer a que fui

Como?

Comecei a cantar

A dançar

A andar

Ia meio sem destino

Encontrava um sol a pino

E com ele conversava

Nas madrugadas com invisíveis criaturas dialogava

O tempo lentamente passava

E aos poucos eu me recuperava neste abismo colossal em que havia caído

Ouvia uma voz que vinha me falar ao ouvido

De quem?

De quem?

De alguém que vivia tão distante

Mas ele vinha

Vinha em forma de voz, de palavras

Tanto me falava e eu ouvia

Discutíamos às vezes porque as pessoas são desiguais

E eu sofria demais

Quando dei por mim havia feito uma reforma interior

Descobri a força do amor

E descobri mais

Descobri que tudo eu tinha perdoado

O passado

O homem (que eu julgava) que meu coração havia massacrado

De tudo que vivera nada tinha restado?

Tinha sim

Eu guardei um jardim

Um jardim de sonho dentro de mim

Talvez um dia (noutra vida) possamos recomeçar outra estrada a partir deste recanto

Talvez em algum outro canto

Ou talvez apenas tenhamos uma conversa e eu lhe contarei que da que fui a mesma sou

A romântica poeta que um dia, pelos caminhos do mundo, ele encontrou...

Apenas vou ressaltar que consegui me melhorar

SONIA DELSIN
Enviado por SONIA DELSIN em 02/04/2011
Código do texto: T2884983
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