RÉQUIEM

RÉQUIEM

Sergio Pantoja Mendes

A lua entra em bando pela janela escura

e banha o quarto em que estou só.

Debruço-me à moldura envidraçada,

desta janela solitária,

para ver os passantes;

que em verdade, nunca passam...

Deles, somente consigo adivinhar,

suas silhuetas distantes...

Posso ouvir apenas, os sapos e grilos,

que felizes cantam à noite...

É tarde!...

Minha loucura de ser humano,

repousa agora no meu interior

e dá lugar a tristeza imensa e dorida,

que aperta o peito, sufoca a garganta

e não permite mais o soluçar.

Secou o pranto que escorria no rosto

e findou a saudade do que se fez,

restando apenas,

a mágoa do que não foi feito...

Lá, muito longe,

homens passam e choram,

espiando seus erros e suas provações.

Aqueles que morreram, se enchem de júbilo;

já não sentem a agonia do viver...

Por eles, os mortos, então oremos.

Por nós, os vivos, com pesar, choremos!...

Sergio Pantoja
Enviado por Sergio Pantoja em 19/04/2011
Código do texto: T2918850
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