RÉQUIEM
RÉQUIEM
Sergio Pantoja Mendes
A lua entra em bando pela janela escura
e banha o quarto em que estou só.
Debruço-me à moldura envidraçada,
desta janela solitária,
para ver os passantes;
que em verdade, nunca passam...
Deles, somente consigo adivinhar,
suas silhuetas distantes...
Posso ouvir apenas, os sapos e grilos,
que felizes cantam à noite...
É tarde!...
Minha loucura de ser humano,
repousa agora no meu interior
e dá lugar a tristeza imensa e dorida,
que aperta o peito, sufoca a garganta
e não permite mais o soluçar.
Secou o pranto que escorria no rosto
e findou a saudade do que se fez,
restando apenas,
a mágoa do que não foi feito...
Lá, muito longe,
homens passam e choram,
espiando seus erros e suas provações.
Aqueles que morreram, se enchem de júbilo;
já não sentem a agonia do viver...
Por eles, os mortos, então oremos.
Por nós, os vivos, com pesar, choremos!...