ARMAGEDDON
A humanidade por amar as escuras nuvens
Sucumbem num azul imáginário e ilusório
Marcha para as ondas do eterno esquecimento simplório
Em compulsões mórbidas para expiar seus êrros em imagens
Em seu santuário de abismo impuro
Em sacral icenso a dissipar a embriaguez da alva
A dourar seus desvios de infâmia silenciosa no escuro
Vivem na respalda da aflição das misérias da alma
Tenebroso imitador sigiloso de Judas Escariote
Em sombrio abrojo da memória de seus sonhos
Numa avalancha que aplasta a vida em descarte
Desventurosos em ânsias sem trégua em vão despojos
Sublime Quixote que ambiciona a matéria
A fruta da árvore da ciência subalterna
Que reduz a nada o paraíso em maledicência
Infâmia silenciosa do cálice de miséria e pestilência
Ave Fênix que em fúlgidas cinzas aviva o fogo
Se aproxima do fatal destêrro entre o fragor do raio
Deturpados olhos interrogam a razão em purgatório claustro
Na cegueira mortal em abismo de fatalício holocausto
Até que os olhos de esmeralda e ouro derramar sua verberração
Como uma lágrima de fogo que tudo desterra
Em chama de zarza ardente devastar a Terra
E trocar as preces pela foice mortal da extinção...