ARMAGEDDON

A humanidade por amar as escuras nuvens

Sucumbem num azul imáginário e ilusório

Marcha para as ondas do eterno esquecimento simplório

Em compulsões mórbidas para expiar seus êrros em imagens

Em seu santuário de abismo impuro

Em sacral icenso a dissipar a embriaguez da alva

A dourar seus desvios de infâmia silenciosa no escuro

Vivem na respalda da aflição das misérias da alma

Tenebroso imitador sigiloso de Judas Escariote

Em sombrio abrojo da memória de seus sonhos

Numa avalancha que aplasta a vida em descarte

Desventurosos em ânsias sem trégua em vão despojos

Sublime Quixote que ambiciona a matéria

A fruta da árvore da ciência subalterna

Que reduz a nada o paraíso em maledicência

Infâmia silenciosa do cálice de miséria e pestilência

Ave Fênix que em fúlgidas cinzas aviva o fogo

Se aproxima do fatal destêrro entre o fragor do raio

Deturpados olhos interrogam a razão em purgatório claustro

Na cegueira mortal em abismo de fatalício holocausto

Até que os olhos de esmeralda e ouro derramar sua verberração

Como uma lágrima de fogo que tudo desterra

Em chama de zarza ardente devastar a Terra

E trocar as preces pela foice mortal da extinção...

NACHTIGALL
Enviado por NACHTIGALL em 13/05/2011
Reeditado em 14/08/2011
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