Poema Inominável II

Caí sobre as mesas de

Velhos bares sujos

Que estavam postas

No salão das minhas

Festas antigas.

Ao chão caído,

Cortado pelos cacos de vidro

Das garrafas do líquido

Que não satisfaziam

A minha sede de Sim,

Li um antigo livro

Que sempre se modifica

Nas brutas linhas

Das minhas mãos

E nas feridas profundas

Dos meus pés.

Folheei o livro,

O Livro Que Eu Sou,

Lendo meus erros

Como personagem heróico,

Lendo meus acertos

Como personagem vilanesco.

Terminei de lê-lo

E comecei a escrever

O primeiro capítulo

Do Livro Que Eu Sou Além.

Neste livro eu não sou

O herói errado,

O vilão correto,

Das minhas narrativas,

Eu Sou Além Do Que Eu Sou.

Caio agora nas páginas

Acima do meu Eu.

Escrevo-me Eu.