O Vidente

Não quero sua pena

Ou sua dor...

Mas, que me veja

Com respeito

Como um bom senhor

Desde criancinha

Não vejo o mundo...

Como os outros o vêem

Necessito do toque

Das mãos para

Senti-lo girar

Sou conduzido pela guia

Que me leva e desafia

Na vida brilhar

Ando por calçadas estreitas

Mas, sempre

Consigo me virar

Dentro do ônibus, do metrô

Do trem ou do avião

Sigo viajando, observando

E sentindo o mundo rodar

Meus dias e minhas noites

Não são sozinhos a agonizar

Meus amigos e minha família

Comigo sempre estão

Na lida a me acompanhar

Trabalho falando encantando e

Alegrando as pessoas

Pelas ondas do ar

Não choro pelos cantos

Com miúdos desencantos

Sou antes um vencedor

Guerreando pela vida

E por amor

Assim, vou vivendo

Tendo a garra e a força

De um lutador

Marcello dos Anjos
Enviado por Marcello dos Anjos em 28/06/2011
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