O Vidente
Não quero sua pena
Ou sua dor...
Mas, que me veja
Com respeito
Como um bom senhor
Desde criancinha
Não vejo o mundo...
Como os outros o vêem
Necessito do toque
Das mãos para
Senti-lo girar
Sou conduzido pela guia
Que me leva e desafia
Na vida brilhar
Ando por calçadas estreitas
Mas, sempre
Consigo me virar
Dentro do ônibus, do metrô
Do trem ou do avião
Sigo viajando, observando
E sentindo o mundo rodar
Meus dias e minhas noites
Não são sozinhos a agonizar
Meus amigos e minha família
Comigo sempre estão
Na lida a me acompanhar
Trabalho falando encantando e
Alegrando as pessoas
Pelas ondas do ar
Não choro pelos cantos
Com miúdos desencantos
Sou antes um vencedor
Guerreando pela vida
E por amor
Assim, vou vivendo
Tendo a garra e a força
De um lutador