UNIVERSO SOLIDÃO
Meu universo solitário
lembrou-se de uma nave no espaço,
desafiou num duelo a vida que perpassa.
Inverteu o tempo num só fuso-horário.
Meu sistema intergalático:
Pergunta...
Indaga...
Questiona...
Quem sou?
Quem és?
E quem virá?
Na infinitude de planos e ações.
Na solitude de panos e afeições.
Na plenitude de encucadas deduções.
Quem?
Meu planeta tristonho,
aguarda com ansiedade a visita de um ovni,
um habitante biológico de mundo que há por vir
na imaginação orbital de um sonho.
Bam...Bam...Bam...
Batem à porta!
Quem chega é a liberdade
e o que ela me traz é saudade
depois de tantas voltas e (re)voltas
Meu país contemplativo:
reina absoluto no meu imaginário,
governa as ineficazes tentativas
de não me endereçar ao meu destinatário.
E quem sou eu neste universo?
Eu e o mistério,
ambos complexos,
extremos periféricos
sombras sem reflexos.
Estou sempre a imaginar:
uma cidade,
um bairro,
uma rua.
Na esperança de uma correspondência
Na crença de uma renascença
Na busca de uma essência.
A carta
chegou!
Enfim
chegou!
Mas,
o endereço
tá trocado.
Não sou destinatário.
Apenas usuário desse universo
solitário e necessário.