UNIVERSO SOLIDÃO

Meu universo solitário

lembrou-se de uma nave no espaço,

desafiou num duelo a vida que perpassa.

Inverteu o tempo num só fuso-horário.

Meu sistema intergalático:

Pergunta...

Indaga...

Questiona...

Quem sou?

Quem és?

E quem virá?

Na infinitude de planos e ações.

Na solitude de panos e afeições.

Na plenitude de encucadas deduções.

Quem?

Meu planeta tristonho,

aguarda com ansiedade a visita de um ovni,

um habitante biológico de mundo que há por vir

na imaginação orbital de um sonho.

Bam...Bam...Bam...

Batem à porta!

Quem chega é a liberdade

e o que ela me traz é saudade

depois de tantas voltas e (re)voltas

Meu país contemplativo:

reina absoluto no meu imaginário,

governa as ineficazes tentativas

de não me endereçar ao meu destinatário.

E quem sou eu neste universo?

Eu e o mistério,

ambos complexos,

extremos periféricos

sombras sem reflexos.

Estou sempre a imaginar:

uma cidade,

um bairro,

uma rua.

Na esperança de uma correspondência

Na crença de uma renascença

Na busca de uma essência.

A carta

chegou!

Enfim

chegou!

Mas,

o endereço

tá trocado.

Não sou destinatário.

Apenas usuário desse universo

solitário e necessário.

Julimar Antônio Vianna
Enviado por Julimar Antônio Vianna em 03/12/2006
Reeditado em 30/07/2008
Código do texto: T308201