Hermafrodita

Dois em um,

Talvez um com dois,

Dizem que nenhum,

Que é um que não foi.

Hermafrodita com dois sexos,

Gênero duplo que quebra o dualismo,

Não se permite ter só um nexo,

Se desdobra em algo além do simples sentido.

As formas são variadas,

Pode ter mais pênis que vagina,

Quem sabe essa lógica alterada,

Surpreende pelo que diferencia.

Uns comentam não ser homem nem mulher,

Outros evocam que são as duas figuras,

Mas as genitálias seja lá onde estiverem,

Não conceituarão essa rara criatura.

Estereotipado anomalia,

Assim a sociedade normatiza,

Por fugir do padrão que plagia,

Se desdobra numa androginia.

Querem dar jeito castrando,

Mas perder uma parte,

Não o torna mais humano,

Apenas usurpa uma fração da face.

Vive num duplo que harmoniza,

Não é Uno feito monos egoístas,

É natureza que se auto heterogeniza,

Partindo em sua união pudores moralistas.

Terceira via entre masculino e feminino,

Mostrando além do fenotipismo,

Corrompe os famigerados pré-concebidos,

Se faz sobre o subentendido.