Entre a Cruz e a Espada

O corpo confronta o espírito,

numa dualidade silenciosa e penitente

espera à ansiedade que me condena

Por acaso, ainda acompanhado me sinto só

sufocado com o desespero a espreita

Não me vale apenas o caminho pedregoso

É preciso água na fonte

Límpida, pura de intenções alheias

Pois já me bastam as unhas sujas de cavar areia

O ouro tão desejado; não me contempla riqueza

Não me compete às mãos...

Deixa! Tenho que contemplar a alva luz

Que outrora existia, Vestir-me-ei com

o pessimismo do futuro que competi,

e se isso for utopia darei um jeito

de transformá-lo em realidade;

Por isso temo; nego a existência que eu mesmo criei

A cruz me foi entregue logo que nasci

Mas é a corda que me alcança

Como se fosse frágil o destino

Em partes, o alvo se desfaz da lança

Enquanto peregrino, nem tão somente

de sombra em sombra.

Danilo Matos

Shauara David

Shauara David
Enviado por Shauara David em 13/09/2011
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