Fogo Morto?

No ritmo da aurora onde o coração repousa,

Uma nova paisagem filosófica para que não se ouça

Cria-se em uma disforme forma em tua mente tão exausta

De caminhar nas trincheiras e veredas de aparência fausta.

Fico a um passo panteificante de anos-luz de distância

Entre os abismos de mim e a Verdade, os Indefinidos e Eu,

E nesta tortura infindável, e irresolúvel sou o Prometeu

De um novo fogo indizível que só dilata a minha ânsia

De libertar as chamas do arbítrio que se escravizaram em mim.

Sou a rocha, os corpos, os trajetos de todos os Sísifos do pensar indomesticável,

Nestas fronteiras da Angústia de transfigurar todos os mitos numa pétala de jasmim,

E evola-se todas as sombras policromas no cimo que sou do labirinto inefável.

A poeira gritante de não ser-me todas as possibilidades, coisas e atores,

Cujos barcos naufragaram no céu cadavérico das hipnóticas flores,

As quais choram os holocaustos indultos de meus sonhos infecundos,

Enquanto o Baco sacramental de minha alma cria o coliseu de novos mundos.

Gilliard Alves Rodrigues

Gilliard Alves
Enviado por Gilliard Alves em 18/09/2011
Reeditado em 07/03/2018
Código do texto: T3226462
Classificação de conteúdo: seguro