A procura

A verdade mora em frente de casa,

eu que nunca a vejo ou a sinto.

Que triste

é ter tanta torcida pra si e não retribuir

com vigor.

O mar segue em suas ondas contando histórias

que nunca ouvi,vivi,imprimi...

Afasto-me sem medo de errar,

apenas com receio,

temendo,

não o obscuro que nos espreita,

mas sim, os olhares de todos que nos julgam,

e que cravam suas idéias

sem mesmo antes ouvir-me.

O vácuo fez-se agora,

observo-o,

sondando-me,

anlisando-me,

expondo sem pudor sua incerteza.

Isso norteia-me um pouco, mas sigo.

O vento passa, junto traz pessoas

e desabafos,

choros e glórias.

Ouço calado a chuva,

e vejo pela primeira vez a verdade sair de casa.

Ela acenou com um sorriso,

e foi-se no vácuo,

e deixou o convite ao pé.

Hoje eu vou procurá-la,

sem torcida,

sem medo,

de olhos abertos para o que se anunciar.

Freitas de Carvalho
Enviado por Freitas de Carvalho em 22/12/2006
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