RÉQUIEM PARA UM SUICIDA!

RÉQUIEM PARA UM SUICIDA!

Oh! Deus dos perdões impossíveis!

Retire de nós o martírio dos castigos

Causados por nossa carne perecível

E secionada por nossa vontade vilã.

Deposite no éter às nossas obras,

Porém, não pese o nosso desatino,

Na mesma balança de eqüidade

Da benfazeja alma que desgarra!

Separe do joio o trigo puro

Crescido da mesma rama afim,

Mas, não jogue na fogueira,

O teu filho pelo gesto impuro!

Se alguém, em momento de angústia,

Separa a alma do corpo carcereiro,

Terá como acusador mais ferrenho

O seu passado do gesto derradeiro.

A alma sai do corpo violentado

Levando consigo ao julgamento

Toda bondade que o âmago emana

Pela fluidez do bem antes praticado.

Só será castigado o suicida

Que tiver a alma enlameada

Por más ações praticadas

Durante a vida desregrada.

Se até o carvão gera a luz.

Do lodo nasce também o lírio,

Por que o suicida não irá a Jesus

Apenas por um erro de delírio?

(aa.)S.A.BARACHO.

conanbaracho@uol.com.br

Sebastião Antônio Baracho Baracho
Enviado por Sebastião Antônio Baracho Baracho em 26/12/2006
Código do texto: T328235