RÉQUIEM PARA UM SUICIDA!
RÉQUIEM PARA UM SUICIDA!
Oh! Deus dos perdões impossíveis!
Retire de nós o martírio dos castigos
Causados por nossa carne perecível
E secionada por nossa vontade vilã.
Deposite no éter às nossas obras,
Porém, não pese o nosso desatino,
Na mesma balança de eqüidade
Da benfazeja alma que desgarra!
Separe do joio o trigo puro
Crescido da mesma rama afim,
Mas, não jogue na fogueira,
O teu filho pelo gesto impuro!
Se alguém, em momento de angústia,
Separa a alma do corpo carcereiro,
Terá como acusador mais ferrenho
O seu passado do gesto derradeiro.
A alma sai do corpo violentado
Levando consigo ao julgamento
Toda bondade que o âmago emana
Pela fluidez do bem antes praticado.
Só será castigado o suicida
Que tiver a alma enlameada
Por más ações praticadas
Durante a vida desregrada.
Se até o carvão gera a luz.
Do lodo nasce também o lírio,
Por que o suicida não irá a Jesus
Apenas por um erro de delírio?
(aa.)S.A.BARACHO.
conanbaracho@uol.com.br