Anjos e o amor
Dentre todos os sentimentos nenhum trastorna a realidade de mesma forma que o amor.
Impelido de contrariedades e abnegações o amor vilipendia a razão.
Arremetidos na incerteza de um único olhar carinhoso renegamos a redenção eterna pela torpe doce possibilidade de sermos correspondidos.
Imagino que anjos vivam em divindade até apaixonarem-se, até amarem.
Entregues a danação febril própria do primeiro amor, caem em desgraçada perdendo a inocência junto a suas asas.
Humanizados descobrem todas as agruras da existência penitente, porém incoerentemente - amar conduz a remissão de nossos atos, proporcionando o retorno ao paraíso.
Paraíso por muitos experimentados ao amar e ser correspondido.
Talvez não compreendamos, mas amar é a possibilidade de reinventarmos a nós mesmo frente ao outro, elevando-nos em estima e predicados visto antes somente no olhar apaixonado do nosso amado.