Velado pela consciência

E saber que os dias me foram curados

Torna-me escasso como madrugada dos exaustos

Sem amor como o são os párias da lucidez

Amável como o mais justo dos verdugos

Lépido tal qual manhã desafeto

Não engano ninguém que me surpreenda

Não há repastos a quem aturdido,

abraça inimigo toda noite

Dança páreo ao vulto

inconsciente de todo apanágio

Forte, sem opção,

abaixo lente e do parque de diversões

vejo o cemitério florido de máscaras

esculpidas pela inconsciência feliz

Saudoso do tempo sem sonhos

comprimo último fôlego no peito

Refeito, vou-me tão perto quanto o abismo permitir

Na sua extrema solidez,

delira minha visão de liberdade

leandro Soriano
Enviado por leandro Soriano em 11/07/2005
Código do texto: T32912