o pergaminho

o mar

pode me convencer.

o ar

é o que me faz viver.

o mar

só pode me fazer

chorar

se ele puder dizer

que eu sigo procurando um caminho,

o abrigo que só mesmo eu sozinho

posso achar e posso ter.

não é

pura abstração,

não é

A absolvição.

é toda a pureza intuitiva,

toda a beleza exclusiva,

muito longe da razão.

o mar

só pode me fazer

chorar

se ele me entender.

eu sigo procurando um caminho,

o abrigo que somente eu sozinho

posso achar e posso ter.

o caminho pra poder me libertar

de uma aflição,

pergaminho onde posso encontrar

a explicação.

Rio, 1977