Colo do Infinito

Nas brumas do intrépido tempo

Ela silente e esvoaçante re-surgiu

Cessava ali esperas e contratempos

Não tive como conter o que se deu

Menos ainda em re-frear a emoção

Do que se foi um dia... E retornou

Que se apoderou com excitação

Vazão de sentimento se plasmou

Pleno e faceiro re-lembrei abraços

Pincelei no quadro das memórias

Nossos toques, rabiscos e traços

Daqueles momentos de glórias

Que fluem como águias no espaço

A lançar o bico sobre os penhascos

Trocar as garras e seus cansaços

Curar as feridas doídas e inchaços

Para ganhar nova e saudável vida

E ver re-nascer o vôo dos sonhos

Cálidos, serenos, frementes e lépidos

Circulando pelas veias e centelhas

Do que éramos... Do que somos

E já nos sentimos fora desta esfera

Mesmo que pire, transpire, entregamos

Para desenhar agora uma nova era

Que gira, conspira, traz e nos eleva

Porque não somos mais só de esperas

Cessam-se os hiatos e as quimeras

Agora são ardentes ondas cerebrais

Eletromagnéticas a romper umbrais

Fazer palpitar o coração e seus ais

Convocam-se até espíritos ancestrais

É o salto a transpor os horizontes

Vão e voltam papiros d’outro mundo

Distraídos e abstraídos em feixes de luz

Não é mais o corpo que nos conduz

São as energias cósmicas profundas

Que penetram fronteiras do impossível

Quebrando paradigmas e seus mistérios

Levando-nos habitar planeta inatingível

Salvos dos juízos, censuras e impropérios

Para adormecermos no colo do infinito.

Hildebrando Menezes

Navegando Amor
Enviado por Navegando Amor em 15/01/2012
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