Móveis
Os móveis me falam,
Sobre a noite funda,
Seus segredos
Contemplam estrelas
Sem nomes,
Planetas distantes,
Levantam o véu,
A verdade é o espírito
Que por trás deles está.
Os móveis me respondem,
Perguntas antes sem respostas,
Dúvidas intermináveis,
Receios sem motivos.
Os segredos muitos,
São esclarecidos,
E sem mais nuvens,
O sol clareia o caminho traçado,
Porém construído ainda,
Pelo que decido.
Os móveis me mostram,
Um mundo todo de idéias,
Um mundo todo de eternidade,
Nesse mundo o pensamento é leve,
O pensamento cria, volita, modifica...
Mostram uma cadeia elementar
De fatos, passos, vidas, histórias...
Querem deixar claro, sem cegar,
Que a vida é uma representação,
Nós atores de nós, intérpretes dos eus,
Caminhamos crendo nos sentidos.
Mas os móveis, sábios móveis,
Cientificam que os sentidos,
Usufruem dos sentidos para enganar,
O sentido das coisas que cremos.