JANELA DO TEMPO

Há uma porteira entreaberta na janela do tempo

há vento-lamento e ponteiros girando

cata-ventos espalhando as manhas das manhãs

e olhares disfarçados espreitando o incerto.

Há espaços vazios que escapam pelas frestas

banhando o instante que dorme ao relento

fugindo do tempo e do seu movimento

silenciando o suspiro aos ouvidos do mundo.

Há um medo do oculto que corre descalço

e voa ligeiro por entre os desertos

nefastos anseios dos sonhos mais castos

guardados no seio dum ontem tão certo.

Há uma curva e uma reta perene vivaz

que refaz o caminho contornando o tempo

regendo a orquestra de ventos da paz

cantando o hino de um mundo de loucos.

JP31072011

Aglaure Martins
Enviado por Aglaure Martins em 09/02/2012
Código do texto: T3490019
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