METAMORFOSE

DESVENDA OS TEUS OSSOS.

FAZ A TUA TOSSE ESPIRRAR CÂNTICOS.

NÃO DIGA NUNCA , POR FAVOR , EU TE AMO.

AS ONDAS NEGRAS TE CALARIAM.

EU TE COBRIRIA COM AS IMENSAS FAIXAS .

DAS GAZES AMARELADAS QUE SOBRAM EM MIM..

COMO QUEDAS ESTAMPADAS.

AGORA, CANSADOS EM SEU MUNDO VERDE ESCURO.

OS MUSGOS ME ACOLHEM NA NOITE.

DURMO ENTRE OS INSETOS RICOS EM LUZES.

ACORDO ENTRE OS CARACÓIS.

LEIO OS VERSICULOS DOURADOS DOS HINDÚS.

ESTUDO A METAMORFOSE DAS NUVENS.

NADA LEMBRA NÓS ENTRE AS ROCHAS.

O PÓ, A BRASA. AS PIRÂMIDES DORMINDO....

VOU ADIANTE, SEMPRE ANDARILHO ESTÁTICO.

AS TEIAS BRANCAS ME SUSTENTAM.

ENQUANTO O VENTO DESTELHA O MUNDO...EU VOO.

ESTE POEMA NÃO É PARA VOCE QUE EU AMO OU AMEI.

É PARA QUEM ANTES, MUITO ME AMOU.

TORNOU-ME QUEM SOU NO IMENSO AMOR QUE TE DOU.

O QUE O AMOR TEM DE PRÁTICO?

O QUE AS ESPIRAIS TRAMAM DE FATO ?

O QUE ASPIRA O MEU SER, EM SER CONSEQUENTE ?

QUAL METAMORFOSE ? QUAL A DIVINDADE :

HUMANA HUMANIDADE, ELOQUENTE E PENETRANTE.

QUAL RELIQUIAS SAGRADAS. ELAS NÃO NOS OUVEM...

TODAS AS FEIAS HÓSTIAS DISPERSAS...

NAS ROTAÇÕES E INDISPOSIÇÕES AO BANQUETE.

MAURICIO DE AZEVEDO

POR MENORES