Primeiro motivo da rosa

É seu primeiro cantar, seu opus,

a rosa, que mal desabrocha

ergue ao ar seu perfume...

É sua primeira nuance, seu conto,

a rosa nasce para um encontro

que nem mesmo sabe

até onde a levará...

É seu primeiro delírio, delíquio,

a metamorfose das coisas sagradas

feitas em miragens, em vento,

a rosa surge um momento

que termina no já.

É a primeiríssima rosa, medrosa

que de Eros surge para o arranque

de seu perfume, e agora

deixa por se entregar ao desgaste.