E O TEMPO NÃO DEVORA
Lailton Araújo
Primeiro Tempo
Será que sou um passageiro de um trem noturno, viajante sem rumo nas terras européias?
Será que sou um cidadão do mundo, nos aviões, voando sem metas nas retas continentais?
Talvez eu seja um aprendiz de poeta, escrevendo os versos que voam e viajam sem métricas
Segundo Tempo
Será que sou o protetor dos desertos, guardião órfão, guerreiro sem armas, lutando por igualdade?
Será que sou o cantor das minorias, amado e odiado por críticos ferozes, nas arenas das comunicações?
Talvez eu seja um homem tímido, buscando novo ar e formas de sobrevivência, sem dá um único grito
Terceiro Tempo
Sei que não sei o que sou e não saberei o que virá, e viajarei nesse mundo seguindo o que Deus mandar
Serei sempre um andarilho, nas novas vielas do acaso, e falarei de amor em versos longos e abstratos
Foi o coração que aproximou os nossos caminhos, nas distâncias que o tempo marca e não devora