Insana Existência

Acordei. Onde acordei? Acordei de quê? Por que acordei?

Preciso me levantar, preciso viver. Mas o que é a Vida

De fato para que eu a ame, e posso vivê-la? Não o sei,

A verdade morta é uma estrela a rugir construindo feridas...

Minhas ideias polígamas são uma catarse de bílis;

Vede em minhas mãos as cinzas de quem eu fui!

Todos os caminhos buscando um refúgio são sífilis

Disfarçadas, e coagidas por nomes que te constitui.

Quem tu és, a fim de que outro tu possas te tornar?

Quando este sadomasoquismo de se viver vai nos exonerar?

Há os abismos infinitos e ignotos entre os “eus” de tua alma

E os coveiros de tuas idealizações que te prometem céu e calma.

Mas tudo jaz morto neste vil mundo tão porco de canalhas,

Nestes versos que exalam lúcidos e realistas pessimismos;

Quando nos tornamos escravos de nossos próprios abismos,

E dissecam nossos corpos com conceitos hediondos de fornalhas.

Fantoche dos amigos, do Governo, do Destino, e do sombrio inconsciente;

Ignóbil soldado ensanguentado por guerras que nunca findarão;

Estercos são tuas palavras e ações no mercantilismo dessa vida doente,

Nessa sociedade paranoica, nesta existência cuspidora de erros e podridão.

Lambendo os mamilos do pecado e dos misticismos,

Nesta geração tão divinizadora da Ciência e do Progresso;

Presos no Domingo alcoólico com suas alegrias e cinismos,

São cobaias do Conhecível e Incognoscível por onde não regresso.

Sei que cada pessoa e algo são e-videntes esfinges

Que podem nos boicotar, nos engolir, e nos iludir.

Mentimos para nós mesmos a fim de confundir

A realidade em si com a subjetividade que nos atinge.

O Mundo e a Vida são múltiplos manicômios transmutados

Os quais fingem que somos as belas primícias da evolução.

Segurança e Liberdade vindos de tudo o que está ao nosso lado

Tanto queremos; é vão seguir os caminhos da Lógica e do Coração.

Gilliard Alves Rodrigues

Gilliard Alves
Enviado por Gilliard Alves em 06/05/2012
Reeditado em 19/05/2012
Código do texto: T3652917
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