Por nada

Foi por quase nada

Que na curva da meia noite

Quando o desejo batendo

Tal ventania em açoite

Afastou-se da estrada

E lançada à própria sorte

Aprendeu a andar correndo

Apressada e estabanada

Foi desenhando o recorte

Que sempre beira a balada

E, então , por quase nada

Enfrentou-se com a morte

Na escuridão assustada

Sem noção alguma do norte

Murmurava a voz deitada