Travessia dos Mistérios Esquecidos

Vou atravessar os limites da consciência

E riscar o céu em poesias e sacrilégios

Recolhendo os fragmentos dos planetas

Que estilhacei com meus karmas alegóricos

Vou saltar nessa imensidão hipotética

Procurando as asas que roubaram dos anjos caídos

E entre as ninfas enfeitiçadas lançarei quimeras

E seus sonos não serão mais de mil anos

Vou desobstruir os canais energéticos

E gritar meus chakras em dimensões espaciais

Correndo por entre as cósmicas maravilhas desconhecidas

Que abrangem todos meus sentidos e percepções

Vou descer aos porões proibidos do limbo

Para resgatar todas as almas das minhas vidas

E restituirei minha família de luz e espiritual

Sofreguidão não me arrebatará mais

Somente idas e vindas entre mundos e mundos

Estrelas apagadas se incendeiam com a vontade

Vou subir com elas em fusões nucleares

E brilharei no olhar todas as cores desse existir

Somente idas e vindas entre vidas e mortes

Extintos eus decrépitos destituindo Atlântidas afogadas

Sonhando os sonhos de infernos e céus

Morrendo e renascendo incessantes vezes

Vou esperar os outros milhares de espelhos

Derreterem-se novamente em areias brancas

Para refletir os versos alucinados de uma borboleta

Ou copiar em papel carbono os resquícios de eu mesmo

E um amanhecer mortificado ressuscitou da noite esquecida

Para eu poder colher as flores mortas desse fúnebre mistério