Sonhos interrompidos

Dormir e deitar imensamente apagado

Sonhar e ligar realmente o irreal

Sonhar é talvez viver de forma desleal

Dirigir, e atuar deitado

Prender-se e não acordar

Por obscuras grades do desconhecido

Talvez medo do jamais vencido

Não confiar, na construção do imaginar

Acordar e ter por momento alívio

Às escuras horas não percebidas

Com absurdos e despedidas

Do que nunca houve, e parte então trívio

Antes eu sonhava

Agora sequer durmo

Despossuo finalmente tal vurmo

Nem temo, o que incomodava

Sentir-se vazio

Não conservar o seu medo

Acabei por remediar cedo

O que talvez fosse sadio