E minha alma brincava de Deus...








Que tenebroso delírio,confesso,não nego!
Mas,como deter minh'alma deste desatino?
Se ,das divinas premissas,sempre fora  cego.
Brincou que era Deus,fantasias vãs de menino...

E Deus,para meu espanto,aceitou o combinado,
Sumiu,virando a mais suave  brisa prazenteira,
Ah!Torpe orgulho,afasta de mim,vicio malgrado!
E minh' alma nefasta dominou o mundo,sorrateira,

Ai!Invadindo os ouvidos,sem saber de onde vinha,
Vagidos  de crianças,na busca do seio materno,
Gemidos de pestilento moribundo, dor que sentia
Congelaram a esperança,qual tenebroso inverno

Minh’alma , engano ledo,ocultou-se  tosco ninho
Buscou ouvir o murmúrio do silencio,a Voz...
Incontida ânsia,,emudeceu,até,os passarinhos!
Carecia da sonoridade das vagas do riacho em sua foz...

Quedou sobre o solo úmido,suspirou em desalento.
Saibam,agora;”Que este pobre Deus está morto!”
“Que divina criatura que não resiste a mero tormento!”
Deixei-me,pois,ficar ausente,por demais,absorto...

Pousando,sobre os ombros, gentil pétala de flor
Levada por misterioso vento,deveras,parecia
Minha alma,quase em agonia,renascida pelo amor
Clamou a Deus,bem calma,brincar mais,não queria...