Coração Indômito

Eu vou contra as regras da psicologia,

não me importando com diagramas,

as tramas da inteligência moderna,

os conselhos dos sábios, entendidos e velhos

para ouvir,

e unicamente,

a sonoridade do meu coração.

Esqueço a honra,

o pudor,

machismo

e o orgulho.

Bato o pé e digo:

- Fala coração!

(como se ele tivesse boca e encéfalo)

A minha alma brama arrependida na escuridão

e o eco continua de dia, verbalizando o pranto silente.

O sol me olha, brilha e bate palmas.

A lua me olha, brilha ora triste, ora alegre e bate palmas.

Os seres humanos me chamam néscio,

julgando como sempre julgam tudo,

mas eu penso que isso

(o meu arrependimento contrito)

é apenas o prefácio de um pensamento nada estoldo,

quanto a sapiência de oito mil anos.

Anelo um abraço apertado, demorado, terno, amigo...

Tu me ofereces café da manhã

como se uma boa conversa fosse calar a voz do coração;

porque tu, severa musa do vate morto a dias,

esquecestes as horas angustiantes,

onde te flagelavas almejando um amplexo,

chamando-me infantil

no ato extremo de precisão.

"Canta a cavatina de Sorrento"

não mais a melodia de amor...

Como, pois, eu hei de sorrir?

Abrace-me e deixe que a minha alma cante

a canção mais cândida e verdadeira

no silêncio de cada gota de lágrima;

porque a minha boca só quer dizer o que o coração manda

e o que o teu recusa ouvir e acreditar:

- Eu te amo, meu amor!

Não me importo com a tua negação,

ele ama, aguenta as consequências

sabendo que não mereces, cética,

porque sabe que o arrependimento é a tua fraqueza,

a arma que mais a fere,

destorcendo todo o teu pensamento mesquinho

no rebaixamento do grande.

09/01/2013 2h16

Cairo Pereira
Enviado por Cairo Pereira em 09/01/2013
Código do texto: T4075028
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