E SE...

... as mãos, essas improváveis inimigas

A nos traírem, no toque, resolvessem elas,

Nas inconstâncias, nas dúvidas, (e na ânsia)

E nos burlassem o mistério de nós mesmos?...

... nossos olhos, esses constantes inimigos

A pôr à mostra nossas sempre inquietudes

Nos clamores, na fuga, se pusessem eles,

Em dúbia sintonia, (des)afinada com o peito?...

... nossas bocas, essas inimigas comprovadas

A clamar o toque, numa osmose confessional

Se encontrassem, no quem sabe um dia, elas,

O que faríamos, nós, senão, aquiescer à prova:

O que sim, talvez, (ou não), sugere o coração?

...

Luzia Avellar
Enviado por Luzia Avellar em 07/02/2013
Reeditado em 07/02/2013
Código do texto: T4128519
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