Ponto Incomum

Olhar extasiante no rosto

Que está por detrás dos cabelos

Dirijo o fulgor do meu gosto

Aos olhos que não posso tê-los

Na face um pouco encoberta

As mechas douradas se perdem

A fome em mim se desperta

Neurônios de nada me servem

A vida é um grande desgosto

Depois que se vê descoberta

Depois que passou a miragem

Não saio jamais do meu posto

Por mais que me seja abjeta

A sombra da minha imagem

Rio, 08/01/2005