O ter e o ser do meu Ser
Meu Ser um dia tomou-se nas mãos
Fitou-se por segundos...
Perscrutou dentro de si toda sua existência
E a si questionou... “O que tens? O que és?”
Meu Ser em seu procurar
Viu o nada que dantes tivera
Viu o nada que dantes fora...
E viu o tudo que ora tem
E viu o tudo que ora é...
Meu Ser então alegre se encontrava
Pois tinha o que muitos não puderam ter
Pois era o que muitos não puderam ser
Achava-se assim completo meu Ser...
De súbito, porém todo esse ter e ser
Para meu Ser significado não mais teve
E em si meu Ser o vazio encontrou
Pois viu que nunca tivera o que muitos já tiveram
Pois viu que nunca fora o que muitos já foram...
Queria meu Ser agora não ter o tudo que tem
Pra poder ter um verdadeiro amor
Que nunca teve...
Queria meu Ser agora não ser o tudo que é
Pra poder ser verdadeiramente amado
Como nunca foi...