Vou-me embora

Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou inimigo do rei
Lá tenho a ideologia que quero
Nos sonhos que idealizei

Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu quis ser feliz
Lá a existência será ternura
De tal modo onipresente
Que os cactos com espinhos
Me remetam o que é ser valente
Da vida que nunca tive
Poeta estimulador de mentes

E como viverei a vida
Vivendo o que se sente
Sem o euforismo
Do capitalismo inerte presente
Tomarei banhos de gente
E quando estiver cansado
Deito na beira do açude
Eterno combatente
Pra me contar as histórias
Do tempo que eu era menino
Os ventos que vinham áridos me contar

Em Pasárgada tem tudo

É outra civilização
Tem gente que implora chuva
É outra concepção, lá a vida é mais vida
Sem tanta alienação,tem cheiro da chuva e do mato
Umbus que dão em cachos ,algarobas que pedem perdão
Tem gosto de melaço pra gente se lambuzar

E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
Lá sou inimigo do Frei
Terei a vida que quero
Na vida que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.



Analogia ao memorável poema de Manuel Bandeira!


O Poeta do Deserto (Felipe Padilha de Freitas)
Enviado por O Poeta do Deserto (Felipe Padilha de Freitas) em 06/04/2013
Reeditado em 07/04/2013
Código do texto: T4226961
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