O Líder e o Rebanho
Os dentes da maldita serpente injetam o veneno;
Ajoelhado, sangro e choro por toda essa vil humanidade;
Estupros, prisões, fogueiras, chauvinismo em toda cristandade
Foram praticados; mas meu amor reside nos humildes e pequenos.
Meus discípulos me abandonam diante dos olhos ardentes dos perigos;
Injúrias e blasfêmias heréticas foram cuspidas em meu imaculado rosto.
O espírito é forte, mas o coração humano é cheio de vilezas e desgostos,
E com um beijo capitalista sou traído e vendido pelo meu próprio amigo.
Sou a vontade e as quimeras pelo homem idealizadas?
Sou a verdade de bálsamos e morfinas na alma inoculada?
Sou a resposta suprema das indefinidas indagações humanas?
O calvário de acordar, de viver, e de existir nunca descansa;
Qualquer ilusão para se ter fé é melhor que nenhuma esperança,
E mais um Dogma conduz nosso rebanho para guerras profanas?!