a bruma e o poeta

Busquei nos olhos teus a inconstância do meu ser

E na busca do meu eu, eu te descobri em mim

E na vã tentativa antes de ver-me cabo ao fim

Eu pensei ser meu o que habitava todo teu ser.

E o que habitava todo teu ser, nem ao menos me feriu

O que eu cria ser amor, e como fogo evanesceu

Se foi como o vento, e como a água me envolveu

E tu, singela, resguardada e complacente me sorriu.

Fugiu, amada, como o tempo que me consome

A galope como o puro-sangue que cavalgava

Nas tardes quentes e que se iam como a lava

Transcorrente e suave como o canta o teu nome.

Mas tu amada, não mostra que eu não te amei

Porque a chama do fogo, com chama se apaga

E mesmo no leito de minha árdua jornada

Esconjuro e juro que por ti até ao inferno andei.

Mariana Villa Real
Enviado por Mariana Villa Real em 03/04/2007
Reeditado em 03/04/2007
Código do texto: T435643
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