Incendiário
Sobre ti um funéreo manto
Poem-te tão cega assim
Rouba de ti o mesmo encanto
Que roubaste de mim
O ódio é um incêndio criminoso
Quem o acende ignora o pranto
Depois de súbito se afasta, desdenhoso
Mostrando uma face de inocência e espanto
De pé, dourado pela luz do fogo ardente
O incendiário espera, paciente, teu perecimento
Até que vire cinzas teu amor, tua alegria
E se perca em redemoinhos pelo vento