os dias se repetem

“olha lá,

as pernas da calça são largas,

as pernas da calça são frouxas”

os meninos zombavam do homem

correndo na sua frente

na intenção de somente

bulir com a carcaça indefesa

alguns olhando a braguilha

do homem que era uma ilha

cercada por tantos guris

se um dia seriam a presa

de jogos bem mais rigorosos

quando eles fossem idosos,

isso era papo furado

como os bolsos da calça

do homem atarantado

pela algazarra infantil

num dia qualquer de um mês

que mais de uma vez existiu...

Rio, 15/01/2007