Grão de Areia

Falo de coisas distintas e que não precisam de palavras,

De silêncio,

De canto de folha deslizando na rama,

De miudezas que causam tremores!

Falo da beleza que é morta a toda hora,

Em sementes podadas antes mesmo de respirar...

Do espiro da traseira vaga-lumosa de um vaga-lume

No espiro de um suspiro de natureza intransponível!

Formas de notória beleza borrifada de beleza virgem!

Aprisionado em palavras,

Cá esta o viajante noturno

Em sua demanda de honrarias

Falando, e falando de coisas-Animal Pensante!

O pensar é dom humano,

E sua tortura homônima

Seu pé e sua planta,

Erva daninha a ser podada

Se podando transformando-se em palavras

Assim purga-se o poeta de seus tormentos!

Quero a paciência contida nas pedras,

Que esperam a fragmentação dos ventos e mares,

Para ser grão de areia

E viajar como grão de areia

É a calma do crocodilo.

E a calma da boca da fera,

Á espreita de seus próprios dentes...

sel carnero
Enviado por sel carnero em 19/04/2007
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