À ESPERA (INSÔNIA QUE PRECEDE A CHEGADA)

As madrugadas passam lentas

No compasso andante,condutor

Das horas de espera,que se arrastam,

Aleijadas,

Espalhando a poeira,

Decantada nos adormecidos;

As madrugadas passam lentas

Enquanto me desintegro no caos

De meu cansaço, ouvindo

Os sons do trânsito das ruas

Contornando os meus sonhos

E a minha cama,por longas avenidas...

As madrugadas passam lentas,

Entorpecidas pela melodia,

Ensurdecedora, do Silêncio

Dos que dormitam seus sonos

Sem saber,da areia em minhas retinas

E do meu corpo exausto, insistente...

Até que,decidida, eu me esparrame

Numa folha branca qualquer,

Já fatigada de tanto esperar...

- Então, a lenta madrugada alumia-se

Da Maior-Estrela... E a Poesia,enfim, chega,

Sonolenta, seguindo o rastro da aurora.

Recife, Abril de 2007.

Samantha Medina
Enviado por Samantha Medina em 20/04/2007
Reeditado em 29/04/2007
Código do texto: T457041
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