o reboque

não tolero

o lero-lero

nem tampouco

o dez a zero

que deu

para a escravidão

quero Eros

sou sincero

mas não quero

e nem venero

tão somente

a imersão

do gozo

em profundidade

que deplora

a liberdade,

quero o mar

e quero o frio

quero até

a intensidade

que suprime

a identidade

confundindo-a

com o cio

mas não quero

a falsa dor

que não tem

nenhum valor

e na qual

me denuncio

quero ver

no fim da estrada

se a luz

está apagada

ou se existe

ainda o brilho

que me mostra

aonde ir

e o que devo

perseguir

pra chegar

no fim do trilho

Rio, 03/09/2006