O óbvio

Fiz o meu melhor sempre

Mas nunca foi o suficiente

Plantei sementes que morreram

Amei pessoas que sumiram

Perdi amigos e parentes

Sem despedir-me deles

Vivi construindo paredes

Que eu mesmo depois quebrei

Às vezes perdi a calma

E quis viver só de alma

Abandonei a minha casa

E continuei vivendo nela

Preparei armadilhas e contratei sentinelas

Foi isolado num cubículo

Que eu entendi o óbvio:

Não há nada mais difícil

Do que domar o seu próprio espírito

Só o que temos, entretanto

É todo o tempo do mundo

Ricardo Selva
Enviado por Ricardo Selva em 30/01/2014
Reeditado em 05/03/2015
Código do texto: T4670524
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