Coisa insana

Aconteceu uma maldita coisa;

Ou uma quase coisa. Sutilmente

Descompromentida com a honra

Ou qualquer sentimento nobre;

Tinha a cara de princesa mítica.

Cientificamente inexplicável,

Fazia rodopios sobe as cabeças

Dos herois que morriam de medo.

Os covardes se espreguiçavam,

Como que se não estivessem nem aí,

Mas as crianças compreendiam

E as mulheres adoravam.

Essa coisa crescia em ironia viva,

Porém, não era visível, apenas o olho nu

Conseguia ouvi-la nitidamente.

Dançava todos os carnavais do mundo

E perturbava um tempo após o outro.

Às vezes doía, não devia,

Mas dava dentro da gente. Agonia...

Os automóveis tremiam mudos,

Calados ao sabor do espanto;

Mentirosa, a coisa dizia que era do sertão

Que virou mar e saiu de cena.

Aí, a rosa do deserto chorava aos cântaros;

Até gente pensante às vezes a cantarolava

Mas logo logo se arrependia;

Uns, os que a comiam, se embebedavam

E colocavam o resto nos celulares.

Seu veneno sempre matava a velha gorda

Que morava na esquina;

Mas ela foi embora a tempo,

Em um maldito tempo de colheita maldita.

O governo também mandava matar a velha,

Só que, disfarçadamente a D. educação

Saía pela tangente de um triângulo

Amoroso onde transavam alunos,

Pais e professores. Entretanto, a escola não...

O governo ficava com a cara lavada

De gato cagando na chuva.

Quietinho, Safadinho, safadinho...

Cacá Matofino

carlinhos matogrosso
Enviado por carlinhos matogrosso em 05/03/2014
Reeditado em 08/03/2014
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