TRANSCENDÊNCIA

Como, desde a noite dos tempos,

Esse coração ainda bate?

Como bate ainda no peito

Sem flecha envenenada que o mate,

Depois de tantos desenganos,

De sentidos prantos, quantos

Derramados pelos cantos

Na corrente contínua dos anos

De uma vida tão sentida,

E também tão ressentida?

O coração de poeta já nasce feito,

Tem asas eternas na revoada dos sentimentos!

Depois de tudo sentir,

Ainda tudo sente,

Tudo ainda ressente,

E pressente a aurora

De um dia iluminado,

E um nascimento renovado

Na eternidade que há de vir!

Hoje esse coração, que já foi outrora

Coração de bebê,

Coração de criança,

Coração de adolescente,

Ainda pulsa sem blasé,

Ainda pulsa com esperança,

E pulsa mais contente,

E pulsa mais forte,

Como nunca, nunca, nunca antes!

Porque, ouvindo a valsa das estrelas distantes,

Esse coração transcenderá a própria morte!

Carlos Henrique Pereira Maia
Enviado por Carlos Henrique Pereira Maia em 26/05/2014
Código do texto: T4820959
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