A ETERNIDADE EM UM ABRAÇO TEU

Nada mais te peço do que uns momentos de eternidade nos teus braços.

O mais, será o vazio de agora.

O de sempre.

Tristeza que em mim respira.

Se trazes contigo a Dor da falta, do egoísmo, da injustiça, da culpa, do abandono...

Se sentes o desamor da incompreensão, das promessas, do mundo risonho sem cor...

Tens então um lugar à minha mesa, ao meu lado, no meu ombro e

todo o tempo que quiseres para seres ouvido.

Desejo que te chama...

... será sempre esta saudade, vincada, gravada, entranhada nesta memória que em vão te recusa.

pintor em mim de desejos, de carícias de mais não ser,

força inequívoca que me arrebata por cada sonho que julguei evitar,

Por cada gesto sobre a minha pele que julgo ignorar...

ser sempre os teus braços à minha volta.

laços envolvendo o meu corpo,

subjugando-me na minha vontade.

De mim sei pouco.

apenas que me chega por trás em correntes de calor e desejo,

que me projetas contra ti na voz com que me inebrias os sentidos,

rouquidão quente soprada na curva do meu pescoço.

É Vida é oásis final neste meu deserto.

estranho-me pela secura que hoje me invade.

sou uma espécie de recusa de quem me descubro...

julguei-se já ser sem os teus braços.

Sonhei que era outra agora sem o peso de ti

em mãos sobre a minha cintura... a indiferença perante o teu sorriso,

o calor da tua sombra na minha tudo fátuo, esquecido, por mim abandonado.

mas chegou-me o som da tua voz, que me invade até aos pontos esquecidos de mim.

Por vezes, já não sei

se é o doce das tuas palavras,

se a ternura das tuas mãos, se o tom do teu olhar,

o sentido da tua boca, a carícia da tua voz.

Trazes-me os sentidos baralhados,

sem sentido na que sou.

Sei que apenas Sou

nesse doce paralelo que há entre mim e o teu corpo ao lado do meu.

O que tu és...

gestos recordados assim,

fúria dos corpos,

a ternura esquecida, insustentável.

Apenas as formas em um, as mãos trocadas e deslizantes.

e a tua voz acariciando-me o pescoço...

bafo quente e animal que me entra na pele,

que me resume ao instinto em que me transformo.

ETERNAMENTE AMANTE ENIGMÁTICA
Enviado por ETERNAMENTE AMANTE ENIGMÁTICA em 15/05/2007
Reeditado em 15/05/2007
Código do texto: T488210
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