A NEFERTITI VÊNUS
 
 
Tentará erguer
O que restou dela mesma
Numa outra era
A era de miríades
Em que o Deus aclamado
Morrerá
Da preciosidade
Será avulso
Como a lua em torno
Do “tudo”
O Sol que fica pela espera
Que apenas interessa
Estrelas são luminas
Acesas por outra magia
Ela então virá dissolver
O que terrenos
Pensam derrotar
Com sítios de poeira
Que a solidão encerrará
Num deserto
As gotas sagradas do Nilo
Vencido pelos
Charcos roubados
De interesseiros
Guarda um segredo
Que então abrirá
Sua vontade rainha
Banhada
Com vinho de palma
Viverá o retorno
Do sangue real
O graal sarcófago
Que guarda
Um velório bendito
Será de novo
Visto aquém das pirâmides
Enfeites do poder
Que apenas pedras
Postas
Vão ao limite da fé
Dos inauditos
Os que secaram
Sua beleza
Enganaram
Em pinturas bizarras
Se dobrarão
Na altivez
Vespertina da mulher
Grávida de amor.