A MORTE CHAMADA CAETANA.

A MORTE CHAMADA CAETANA.

Suassuna é bom de falar

Soa como um sopro da voz

Como canto doce de um pássaro

Ariano, dialético mulato.

Entre Memoriais e lendas

Sentado com Caetana disse:

-Não pedi para você vir?

-Cem vezes poderia ir!

Caetana veio 87 tempos depois.

A mão esquelética sobre a fronte,

Sentiu-se assaz gratificada

Misteriosa senhora inesperada.

O vento soprava Suassunamente

Em direção ao desconhecido,

Estrelas, galácticos tentáculos

Palco agora de suas aulas espetáculos.

Não venha Caetana; sentar-se ao lado de João Grilo

Muito menos de Chicó,

Pois entre galhofas e estúpidas mentiras

Eles diriam; aqui ó...

Para o valo das profundas,

Analíticos beócios, Zé mané...

Não bulam com o Auto dos sertões,

Entre Jesus e Nossa Senhora de Nazaré!

No Auto da Barca do Inferno

O diabo é capitão...

Caetana paira entre as duas

Na outra, Gil Vicente no timão...

A vida como um sopro sereno

Um doce, amaro veneno

Um sol amarelo ilumina

Ariano Suassuna eterno.

Honorato Falcon
Enviado por Honorato Falcon em 08/01/2015
Reeditado em 27/02/2022
Código do texto: T5095282
Classificação de conteúdo: seguro