A MORTE CHAMADA CAETANA.
A MORTE CHAMADA CAETANA.
Suassuna é bom de falar
Soa como um sopro da voz
Como canto doce de um pássaro
Ariano, dialético mulato.
Entre Memoriais e lendas
Sentado com Caetana disse:
-Não pedi para você vir?
-Cem vezes poderia ir!
Caetana veio 87 tempos depois.
A mão esquelética sobre a fronte,
Sentiu-se assaz gratificada
Misteriosa senhora inesperada.
O vento soprava Suassunamente
Em direção ao desconhecido,
Estrelas, galácticos tentáculos
Palco agora de suas aulas espetáculos.
Não venha Caetana; sentar-se ao lado de João Grilo
Muito menos de Chicó,
Pois entre galhofas e estúpidas mentiras
Eles diriam; aqui ó...
Para o valo das profundas,
Analíticos beócios, Zé mané...
Não bulam com o Auto dos sertões,
Entre Jesus e Nossa Senhora de Nazaré!
No Auto da Barca do Inferno
O diabo é capitão...
Caetana paira entre as duas
Na outra, Gil Vicente no timão...
A vida como um sopro sereno
Um doce, amaro veneno
Um sol amarelo ilumina
Ariano Suassuna eterno.