Aos traidores

"Como podem afirmar ser a vida um poço de ilusão?

Como podem enaltecê-la com o brilho de sofreguidão?

Como podem louvá-la como um nada pagão?

Como podem buscá-la na dor, desamor, então?

Para procurar o inexplicável, nas entranhas próprias

o ser humano não é capaz;

Para desejar que sejam verdadeiros seu dogmas,

o ser humano por merecer não o faz.

Não busca sentido algum na própria existência eloqüente.

Torna a vida um caminho comum, um destino incoerente.

Mal sabe que alguém deu-lhe um tapa nas costas e de

mãos postas fê-lo repetir: Serei fiel ao que a dignidade encerra, fazendo puro céu a vida que palpita na Terra!

E hoje pergunta-se o ser humano: Por que mandaste desgraças ao invés de amor? Por que não apareces agora, ó Deus castigador?

Pobre coitado! Esquecestes da promessa perante as mãos do Ancião;

E tu mesmo, humano desgraçado, perece do próprio mal chamado traição..."

Andrea Sá
Enviado por Andrea Sá em 01/06/2007
Reeditado em 01/06/2007
Código do texto: T509856