A ENCANTADA

Tinha olhos penetrantes
de atravessar dimensões
As almas esquadrinhava
retalhava os corações

No breu da noite surgia
envolta em grises brumas
Pelas ruas caminhava
sempre em ausência suma

Homem algum estava imune,
se o seu denso olhar fitava
Para sempre seus cativos
A Encantada os tornava

Perdidos, nem atinavam
onde vivia a Encantada.
Reviravam a cidade
e não encontravam nada.

Num soturno campo santo
de portais envelhecidos

Descansava a Encantada
dentro de um frio jazigo

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